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Este ano, á semelhança dos anteriores, não resistiram os meus filhos aos bichos de seda. Lá vieram para casa, atulhados em folhas de amoreira, felizmente apanhadas à porta de casa. Um dos bichos foi esmagado, sem querer, pela minha filha mais nova que lhe quis fazer, apenas, uma festinha. Agonizou durante 4 dias e acabou por sucumbir. Após algumas metamorfoses, lá passaram pela fase de casulo e at last, nasceram as borboletas. Este ano, como escasseavam as caixas de sapatos, foram comodamente instaladas numa caixa de esferovite. As borboletas levavam o dia a dar ás asas e a pôr ovos. O barulho maçava-me imensamente mas sobretudo maçava-me a perspectiva da imensidão de bichos que dali sairia. Já tinha eu ameaçado que uma vez tudo em ovos, nos iríamos ver livres daquela praga que se avizinhava para a próxima primavera. Esta manhã as coitadas tiverem um destino diferente pois o entomologista cá de casa, resolveu, contra todas as leis da biologia que diz que já não há destes bichos em natureza, devolvê-las á dita e pô-las num ramo de limoeiro onde ficaram, felizes até serem literalmente devoradas pelos pardais que também aqui vivem! (Nota: aqui no quintal, tudo se reproduz até cágados já nasceram). Triste sina a delas. O que fazer agora destes ovos órfãos?
Sei de uns amigos cujas borboletas foram devoradas pelos gatos da casa. Apesar de tudo imagino que os pardais tenham sido delicados na degustação.