Antes de mais gostaria de agradecer a todos e a cada um, a vossa presença aqui hoje para celebrar aprés la lettre, o meu ½ século de vida. Como na verdade já tenho 50 anos há alguns dias, tudo agora se torna mais fácil e sinto-me absolutamente segura neste novo patamar.
Não irei fazê-lo individualmente na medida em que todos são tão importantes, em contextos e de formas tão distintas. Assim apenas gostaria de reiterar o gosto imenso que sinto em tê-los junto de mim e que isso assim se mantenha pelo tempo dentro.
Gostaria de partilhar convosco esta história: há dias e perante uma pergunta da minha Mãe sobre qual a sensação/sentimento de ter 50 anos, dizia-lhe que esta era uma sensação nova e que se a pudesse converter em imagem, seria a de alguém a quem é entregue como missão que escale uma montanha, alta. O caminho é longo, ora deslumbrante, ora menos bonito, ora fácil, ora mais acidentado, mas sinto na verdade que sempre fui caminhando o melhor que pude. Caminhei quase, quase, sempre com vento a meu favor. Ao fim de anos de escalada e sempre bem acompanhada, sinto agora que cheguei ao topo. Não tive a companhia de todos quanto inicialmente sonhei e que sempre achei que estariam hoje aqui comigo, mas sinto-os próximo de mim e com eles e com as fortes memórias que nos unem, também caminhei (e caminho).