A imagem foi copiada, embora com legitimidade pois de alguma forma também sinto como minha, parte desta criação: hoje, desde muito cedo, sempre me vem à imagem este verde vigoroso da amendoeira, contrastando com o branco puro das flores, lindas. Num dia, hoje, em que literalmente desabou Lisboa.
Hoje senti-me "abandonada" à porta de um liceu onde tive uma reunião onde era suposto ter ido com 4 outros pais que na derradeira hora se "cortaram" ao confronto. À porta do liceu, á espera de entrar, ainda vacilei na minha missão pois além de estar sozinha, o que não estava inicialmente previsto, estava um papel colocado á porta a dizer que em 11 salas de aula, dado estarem alagadas, não haveria aulas! Ainda pensei, "que país este, ainda valerá a pena ir lá, sozinha, enfrentar o mundo, quando nada muda, nunca...............................? Lembrei-me de uma dedicatória da Sophia: "Para o Francisco, que me ensinou a coragem do cambate desigual" e entrei: fui, não caminhando pela sombra, convicta do que estava a fazer e a ter a plena noção de que tinha recebido e dado ( a mim própria), uma enorme lição: a desistência, inesperada, dos outros pais e a minha vontade de, ao lutar por aquilo que acredito, não ter vacilado. Creio que expus a minha imensa preocupação, sem receios e com a força com que a chuva caiu a noite inteira: devastadora mas simultâneamente geradora de vida, veremos.............................
1 comentário:
por todo o lado e em todas as circunstâncias se vê repetida a tensão entre a persistência e a desistência.
entre os pais como entre os trabalhadores (sim estou a pensar no recente congresso da cgt e no fantástico exemplo pessoal do carvalho da silva). de resto, como v. sugere, a inspiração para o processo de insurreiçãoressurreição cultural (dos pais e dos trabalhadores) vem da própria realidade natural: apesar de muitas flores da nossa árvore terem caído ao chão com a força do vento e da chuva (o inverno), muitas outras se aguentaram nos seus postos (a primavera).
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