quinta-feira, abril 24, 2008

O CHARME E A FORÇA DISCRETAS DA MATERNIDADE



Estas imagens, confesso, por mais vezes que as veja despertam em mim uma enorme comoção dada a amálgama de sentimentos tão díspares mas tão fortes.

Em várias conversas e com interlocutores variados, tenho tido que além de achar Hillary uma candidata mais sólida, creio que sería um sinal importantíssimo para a Humanidade estar uma mulher à frente dos destinos dos EUA e do Mundo (goste-se ou não). Obama, para além da cor, não deixa de ser homem. Sería certamente um sinal da evolução da espécie.

Espanha, através de Zapatero deu este sinal. Nós, lado-a-lado damos passos atrás, retrógados, como com este abominável anúncio de um novo telemóvel da TMN para o dia da mãe.

E viva España!

terça-feira, abril 22, 2008

Antes da Eruca e depois da Eruca: A.E; D.E



Silvestre versus doméstica, de qualquer tipo, é verdadeiramente imprescindível. Percebo agora o sabor amargo dado ser aparentada com a mostarda, é isso mesmo!

Para mim tudo mudou desde que se massificou. É rara a salada que não ache deficitária destas folhas. O sabor é-me tão prazenteiro que muitas vezes saboreando alguns alimentos que em tempos achava completos, me acontece pensar que sem aquele sabor amargo estaladiço, jamais serão o que alguma vez foram.

Tenho uma amiga de quem gosto muito que diz que frequentemente se senta a ver televisão a deliciar-se com simples folhas de rucula, assim, sem mais nada. Aqui há dias ao ver o magnífico Olivier, quase a terminar umas banais sanduiches, disse que achava que faltava qq coisa e "ah, já sei, rucola!". É um pouco isto que também sinto.

Li numa destas revistas que aos fins-de-semana acompanham os semanários, que em português se deveria designar eruca e de facto o nome da "doméstica" é: Eruca sativa, sendo o da silvestre, Diplotaxis ericoides. Li também que tem várias propriedades que a recomendam: rica em vitaminas A e C, ferro e até nalgumas referências, com propriedades afrodisíacas o que nos tempos que correm é importante.

sexta-feira, abril 11, 2008

1 2 3 experiência

Pois em honra da excelentíssima e venerada Miss Pearls, cá vai um desejo de excelente fim-de-semana, eficazmente linkado.

quinta-feira, abril 10, 2008

segunda-feira, abril 07, 2008

CANTEEN FOOD



Os meus 3 filhos são aquilo que popularmente se designa por “boas bocas”, comem de tudo, com gosto e em quantidade. São naturalmente assim e prezo muito essa sua qualidade, pois acho verdadeiramente ser uma questão de princípio. No infantário que os mais velhos anteriormente frequentavam, há uma senhora que cozinha in loco e bem. Vinham sempre satisfeitos. À pergunta da praxe: “almocinho?”, a resposta era, invariavelmente, “óptimo”. Muitas vezes a brincar dizia que adoraria ir lá almoçar com eles, se me poderiam convidar. Nunca foi e sempre diziam, “ a mãe não pode, é só para nós”. Há 3 anos, a mais velha foi para escola primária, pública, onde, na maioria dos casos as refeições são fornecidas por uma empresa, seleccionada pela Câmara Municipal, neste caso de Lisboa. Desde o início que sempre tornei claro que iriam “comer da escola” pois achava que era o que me parece certo pois não só é mais prático para todos, como me parece importante para o desenvolvimento de uma criança, adaptar-se a novas situações, sejam elas quais forem, desde que obviamente não lhe sejam nocivas. Lembro-me da primeira vez que entrei para proceder ao pagamento das ditas refeições, numa ínfima salinha ao lado do refeitório, ter ficado atónita, com as restrições que alguns pais procuravam impor ás senhoras que lhes distribuem as refeições: “o meu filho do 2.º…., não gosta de arroz” ou “a minha filha do 4.º….não come peixe.” Certamente que nada daquilo é respeitado pois há lá tempo e paciência para “mimos” destes!
Enfim, lá encetamos as comezainas. Inicialmente até achava graça ao facto de ela e umas primas que vivem do outro lado da cidade, comerem exactamente o mesmo. Ao fim de pouco tempo, passou a queixar-se de forma constante e persistente: - “a comida é intragável”; “está sempre tudo gelado”; “os talheres estão imundos”; “A sopa parece cerelac”; “a carne sabia tanto a porco que nem consegui comer”; “como é que a mãe quer que eu descasque fruta com talheres de plástico?”; “a carne era tão dura que parecia uma sola”; “as primas já levam de casa”; etc, etc. Se fosse com outros miúdos, poderia achar que era uma mera forma de pressão, com os meus filhos o caso tem-me dado que pensar e já lá vão 3 anos que, estoicamente, resisto a estes desesperados apelos para levar comida de casa em vez de comer da cantina da escola.
Um dia, em conversa com uma irmã minha mais nova, de forte influência anglo-saxónica, queixava-se esta minha filha mais velha, fazendo descrições pormenorizadas da fraca qualidade que encontrava na comida. Após uma longa descrição, achando que tinha sido verdadeiramente convincente, respondeu-lhe a tia interlocutora, de forma redutora : “it’s canteen food”, como haveria de ser?! Este episódio, nomeou o post.
Assim fomos continuando embora tivéssemos feito um acordo tácito que quando o meu filho do meio fosse para lá, poderíamos rever a situação pois se os outros comem de tudo e bem, ele é o auge: há uns anos, ao sair do dito infantário onde quase sempre se comia bem, à pergunta: “almocinho”, respondeu com o ar mais natural do mundo: “batatas com espinhas”, sem qualquer rancor na voz, era apenas aquela a ementa do dia! Essa entrada deu-se no início deste ano lectivo. Inicialmente este meu filho rapaz (o único no meio de girls), foi-me dizendo que as sopas eram óptimas, que afinal eram alarmes falsos da mana mais velha, mas à medida que o tempo vai passando, passou a ser quase mais contundente nas críticas. Ontem tudo culminou ontem, em resposta à pergunta “almocinho?” “ a mesma MERDOVSKI de sempre!”
O QUE FAZER AGORA?!

sexta-feira, abril 04, 2008

Entardecer da vida (em conjunto)

Sala de espera:
um casal, ele com cerca de 70 anos e ela com 60s e tal. Após um exame médico cujos resultados, creio que seriam determinantes, ela explica-lhe, vagarosamente, que tudo estava bem. Diz-lhe ele , com um sorriso aberto, "que bom, sinto-me tão aliviado". A mulher, depois daquela reforçada dose dupla de energia, diz-lhe que irá ao cabeleireiro arranjar o cabelo. "mas está lindo assim", responde aquele adorável marido. Ela retribui com um beijo que coloca ao de leve na face dele. A tudo assisti ontem, com ternura.

terça-feira, abril 01, 2008

Ainda que correndo o risco de ser interpretado como a "mentira do dia", aqui vai:

"COMO É Q ARRANJA TEMPO PARA MAIS ESTE FILHO ? GOSTEI IMENSO DO ESTILO DO BLOG, REFLETE O SEU ESTILO PESSOAL - ESPONTÂNEO MAS REFLEXIVO, ACTUAL MAS COM VALORES, SÉRIO NO REALISMO DOS PROBLEMAS MAS LIGHT NA FORMA...E COM BOM GOSTO, CLARO ! "

(tele) NOVELAS PORTUGUESAS

Re-descobri o prazer de as voltar a ver, agora que os meus filhos mais velhos se tornam, cada dia, mais crescidos. Tem sido um "programa e pêras". Sempre que podemos, à noite, à hora a que começam, apesar das minhas ordens constantes, repetidas até à saturação para que cumpram todas as tarefas que permitem uma vida em sociedade familiar com qualidade, lá tentamos estar todos juntos para mais uma risota colectiva. Nesta fase da vida é essencialmente que sejam portuguesas na medida em que as vemos for the fun, apenas. É um gozo identificar-mo-nos com a língua, as expressões, as cidades, a arquitectura. A história, no entanto, é na maioria das vezes verdadeiramente inverosímil, daí o "programão" quase a raiar o cultural de chamar a atenção para a decoração da casa, para os diálogos para as relações entre as personagens, etc, etc. Mas o clímax é atingido com os pequenos almoços! Haverá tantas casas assim em Portugal com tantas criadas e sempre fardadas, impecáveis logo ás 07 de amanhã?! O ratio patrão/criada é elevadíssimo, o que creio acentua a nossa insularidade face ao resto da Europa mas essa é outra questão. Bom mas dizia, os pequenos almoços que todos os membros da família sempre tomam em conjunto, ainda que a espumar de raiva uns contra os outros?! Mesas preparadas com litros de variedades de sumos, sempre em jarros de cristal, bolos, tostas, pão fresco, fruta cortada?! Quem toma pequenos almoços destes em dias úteis?! Sempre gostaria de saber............. A predilecção pelas frutas tropicais é patente. Será que conferirá, na cabeça dos criadores dos argumentos, algum status social?

Invariavelmente acaba o programa para enorme privilégio nosso, com a minha filha mais velha a imitar algum dos personagens e os restantes espectadores domésticos a rirem. Serve para isto, um momento de calma e partilha de disparates. Imagino que o meu dever de mãe nesta fase devesse ser mais erudito em termos de partilha com os meus filhos mas nesta fase da vida não dá para mais..........................................................